8 de agosto de 2009

CONTOS DE FADAS



“Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles.
Eu não podia saber, ele não falava.
E, depois, ele não veio mais.
Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada,
Dava um castelo e bruxas para ele matar,
Dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse,
Fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros,
Com as cascas dos cocos,
Até com a minha carne eu construía um cavalo branco
Para aquele príncipe.
Mas ele não queria, acho que ele não queria,
E eu não tive tempo de dizer que
Quando a gente precisa que alguém fique
A gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”





"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'"


Caio Fernando Abreu
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Minhas Vogais e Consoantes são Altamente Inflamáveis e Ardidas