“Não sei, até hoje não sei se o príncipe era um deles.
Eu não podia saber, ele não falava.
E, depois, ele não veio mais.
Eu dava um cavalo branco para ele, uma espada,
Dava um castelo e bruxas para ele matar,
Dava todas essas coisas e mais as que ele pedisse,
Fazia com a areia, com o sal, com as folhas dos coqueiros,
Com as cascas dos cocos,
Até com a minha carne eu construía um cavalo branco
Para aquele príncipe.
Mas ele não queria, acho que ele não queria,
E eu não tive tempo de dizer que
Quando a gente precisa que alguém fique
A gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'"
Caio Fernando Abreu
Mas ele não queria, acho que ele não queria,
E eu não tive tempo de dizer que
Quando a gente precisa que alguém fique
A gente constrói qualquer coisa, até um castelo.”
"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez'"
Caio Fernando Abreu
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