As atrizes Luiza Tomé e Mel Lisboa agora dividem o palco do Teatro Procópio Ferreira com Adriane Galisteu na comédia Mulheres Alteradas. O ator Daniel Del Sarto também entra no elenco, fazendo parte dessa imensa e divertida atmosfera feminina, composta por três amigas para lá de cativantes e engraçadas.
EU GOSTEI, É Bom!
Elas representam as figuras femininas, que em geral não possuem nomes, da quadrinista argentina Maitena. Essas personagens espelham características de uma mulher universal, cujos assuntos preferidos são corpo, moda, homens, amores, família, filhos, trabalho.
Porém, na adaptação brasileira, elas ganham nomes e personalidades. Lisa (Adriane Galisteu) é separada do marido, mãe de um único filho, inteligente, com preocupações fúteis, porém, em crise por causa de um nódulo que apareceu em um dos seios. Alice (Mel Lisboa) é uma mulher solteira, vive no “mundo da lua”, mas não desiste de encontrar o seu grande amor. Por última, Norma (Luiza Tomé), uma executiva pragmática, casada, com dois filhos e, agora, se depara com uma terceira gravidez. A personagem também marca a volta de Luiza Tomé ao teatro, depois de 12 anos.
Já Daniel Del Sarto incorpora vários personagens masculinos sem nomes definidos e repletos de personalidade, os quais prometem criar uma identificação imediata com os homens presentes na plateia.
No palco, além dos atores, a peça Mulheres Alteradas conta com a “Banda Alteradas”: um trio feminino, formado por excelentes musicistas, que executa canções instrumentais, ao vivo, compostas com exclusividade para a montagem.
A coreografia também merece destaque: Foi criada por Henrique Rodovalho, um dos coreógrafos mais premiados do Brasil, fundador da Quasar Cia. de Dança. Já a direção musical leva o nome da experiente pianista Elaine Giacomelli.
O texto de Andrea Maltarolli, novelista da TV Globo - que faleceu em 2009, após o grande sucesso de sua trama “Beleza Pura”-, tendo a colaboração de Bernardo Jablonski, é uma adaptação inédita dos cinco volumes da série “Mulheres Alteradas”, de autoria da chargista e cartunista argentina Maitena.
Maitena negou a venda dos direitos de sua obra ao cineasta Pedro Almodóvar. A autora também não concedeu os direitos a produtores de cinema do México e dos EUA.
Os palcos da Argentina, Espanha e México também não foram contemplados. O Brasil, portanto, será o primeiro país a exibir uma adaptação da obra de “Mulheres Alteradas” para o teatro, direitos cedidos à produtora manhas & manias de eventos, que tem como produtor e sócio, o ator Maurício Machado (novelas: Cama de Gato, Alma Gêmea, Cidadão Brasileiro).
Respeitando as ideias de Maitena na abordagem de temas tão caros ao mundo feminino – como o corpo, moda, homens, amores, família, filhos, trabalho, o passar do tempo e a falta dele – essa versão cênica, 100% aprovada por Maitena, é fiel ao retratar o seu talento e o humor ao compartilhar desse fascinante e misterioso universo rosa-choque.
A peça mapeia o discurso sobre a feminilidade presente no mundo contemporâneo dessas mulheres, assoladas por cobranças e demandas desgastantes e, às vezes, quase impossíveis de atender simultaneamente: trabalhar o dia todo, dentro de casa idem (e de forma exemplar!), serem mães maravilhosas, amantes insuperáveis e manter as boas formas física e estética. Isso, sem contar com a necessidade de ostentar uma vida emocional serena, equilibrada, a toda prova.
Impossível, não é? Mulheres não são assim. Como diz Maitena: “aquela que até ontem esperava dormindo, compra uma cinta liga; a executiva que administrava uma empresa quer viver em um camping; aquela que cuidava da sogra como sua própria mãe interna as duas em asilo; a magra vira uma vaca de gorda e a gorda perde vinte quilos”.