9 de abril de 2010

DOIDAS E SANTAS


Toda mulher é doida. Impossível não ser. A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor, a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar o nosso poder de sedução para encontrar the big one, aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais. Uma tarefa que dá prá ocupar uma vida, não é mesmo? Mas além disso, temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas, ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca, pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp, ou então virar loura e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta, sua imaginação deve ser melhor que a minha.

Eu só conheço mulher louca. Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações: exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante. Pois então. Também é louca. E fascina a todos.


Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.

Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora. E santa, fica combinado, não existe.
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Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada? Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.



[Martha Medeiros]






Tô preferindo ser uma louca boa, porque ser santinha...




4 de abril de 2010

FALA

Criaturaaa...


O lavar-roupa-suja, o acerto de contas, os pontos nos ís... E ter que escutar as mesmas mentiras. As mesmas desculpas. O mesmo blá-blá-blá.


O bom é a distância para não apelar para a ignorância.


O deixar quieto. Ou simplesmente rir com o cinismo e a cara de pau. Sabe, somente os caras-de-pau sobrevivem. Eles que levam a melhor.

Nunca consegui ser assim. De qualquer modo, eu ri e rio á beça. Nem tanto para machucar. Mas pra saber. I see as coisas com outros olhos. Tenho um novo olhar. Já não sou a mesma. E falei, e despejei, e escancarei, e vomitei, e ruminei. Sou pensadora. Sou provocadora... é da minha natureza questionadora e inquieta.


Aguenta.


Vou te tirar do sério. Vou te fazer pensar. Vou te fazer ferver em diferentes graus. Mas, guenta. Tô aqui! Não irá doer nada. Minto. Dói sim.



Diga quando não gostar. Revide.




 Ou... Fique em paz.


E principalmente, me deixEmpaz.



 


Beijoardidonabochecha.

AAAHHHRR!!!

Os homens costumam fazer piadinhas com aquela semaninha cruel de nós, mulheres. Ela está naqueles dias, costuma-se dizer, com um sorrisinho cínico na boca.

A piadinha, meus queridos, pode custar-lhes a vida. (rs...)

É só lembrar que, se comprovado que aquela assassina
furiosa estava nesse famoso período crítico,
a mesma tem sua pena diminuída.



Todos entendem, viu, até a lei.



Eu, com essa minha calma e complacência... ah... Costumo fazer coisas que até eu duvido. Não costumo soltar impropérios, fazer atrevimentos e soltar caretas por aí.

Meu mau humor é comedido, escondido, o danado.


Mas quando menos se espera, ele ataca.


Conhecendo-me como já me conheço, evito surpresas. Guardo o mal-estar para mim. Mas quem não está avisado é capaz de estranhar minha voz tranqüila de volume baixo tomando ares de ... GRITO.

(aiai...)


Sem falar que fico consideravelmente mais sensível. Tento não interpretar erroneamente atos e palavras  das pessoas que amo, mas nem sempre obtenho sucesso.


Coisas do passado costumam bater em minha porta. Me sinto só e PREFIRO ficar só.


Minha trilha sonora se esquece da distorção de uma melodia, dando lugar a qualquer coisa que me faça pensar e perturbar a mim mesma com um sentimentalismo que me irrita.

AAAHHHRR!!!


Que venha a dor!!! Que essa eu seguro.


Mas essa melancolia mensal...



É de tirar o juízo.






Sembeijonabochecha.

3 de abril de 2010

BEM VINDOS

São todos...

Não me considero uma pessoa boazinha. Mas os que me conhecem de verdade sabem que, por trás desse jeito despretensioso, há uma mulher teimosa que costuma meter a cara quando sente aquele "algo a mais" por alguém. Invisto e me arrisco como se fugisse do açoitamento do desejo. Eu o mato antes, claro, satisfeitíssima.

No entanto, no que se refere à amizade, ajo de modo diferente, cautelosa. Amigo é umas das poucas relações que temos na vida em que podemos, de fato, interferir, escolher. É algo que convêm cultivar sem, entretanto, deixar de lado os freios, as precauções.

Não se trata de "amigos adicionados" no orkut, é sua vida real.


Conhecendo muito bem minhas manias e pontos de vista seguros, tempos atrás resolvi mudar de tática. Pré-conceitos à parte, a princípio costumo me abrir e deixo-me ir. Se a companhia desagrada, eu me questiono - aliás, questionar-me é uma das atividades solitárias, mais divertidas que descobri nesses últimos anos. A palavra de lei é TENTAR. Porque bem sei o que já pensaram de mim por esse meu jeito docemente ácido e o juízo que eu mesma fiz de alguns queridos amigos que hoje possuo. Então, eu tento. Nessas tentativas, tenho aprendido a ser mais tolerante e até mesmo a me respeitar mais. Porque se, entre esse mundo todo de gente que conhecemos e esbarramos diariamente, há pessoas maravilhosas, também há quem nos faça ver que o esforço não vale a pena. É murro em ponta de faca. Aí, é lavar as mãos. Deixa estar que (parafraseando um grande amigo meu) o que é dele(a) tá guardado.

Há surpresas no meio do caminho. As tentativas chegam a gostosas amizades ou a simples cumprimentos vazios. Não culpo a ninguém, muito menos a mim mesma - com exceção de alguns sentimentos de ter sido ingênua vez ou outra. Tolo é quem se fecha para tudo e todos que divergem do seu mundinho. Estereotipados e rotulados somos todos nós. Mas é tolo também quem persiste no erro.

Ou seja, tolo é quem mente, não quem acredita! Então, acredito.

A fila não anda como no amor, pois amizade não exige exclusividade, mas lealdade. Nossas portas, porém, podem ser fechadas. E ai de quem não respeitar a casa alheia.



umbeijonabochecharosada.

Minhas Vogais e Consoantes são Altamente Inflamáveis e Ardidas