10 de dezembro de 2009

GOOD LUCK


Dizem que a dor faz-nos crescer.  "Topreferindo" ser pequenininha!



Encontro-me num estado de exaltação que me abana os nervos, me troca os movimentos, me desajeita o andar.


Deixei o minha filha num lugar...

A vi afastar-se do meu regaço, por entre as gotas de chuva que se colaram ao vidro do carro. Senti um tremor estranho na alma ao olhar seu passo lento. A minha  bebé cresceu, esta em busca de um destino. E eu, ali, quieta a olhá-la, com perfeita noção das minhas incapacidades, das limitações que me atrofiam esta vontade controlada de a proteger.


Disse-me tchau, já ao longe. Adivinhei-lhe o frio a trepar dentro de si, em murmúrios de um querer e não querer.


Logo hoje a chuva apareceu. (Na verdade nem foi hoje, foi segunda, enfim...)

Pediu-me que lhe desejasse sorte. A minha voz saiu alta, sem que a previsse “- Boa sorte meu Solzinho. Manda-te a eles, arrasa-os!” – disse-lhe, sem perceber. Suou-me quase a absurdo. Mandar-se a eles?, arrasá-los? Que estranha forma de lhe desejar sorte, mas foi o que saiu, em forma de comando.


Depois, fiquei ali, sentada a olhar o seu andar, um tempinho a apertar as mãos em preces desejadas, que nunca têm sentido.



Adorada filha, o destino tem tantos caminhos lavrados de ses.



“ – Se não me aceitarem parto aquilo tudo, dou cabo de todos.” – gracejou.
“- Eu ajudo!” – disse-lhe a sorrir, pegando-lhe as mãos frias.


Voltei para meu apartamento, com o estômago a rodar de ansiedade crescente.


E ainda só lá vão cerca de 3 horitas após a minha mensagem de “Vai conseguir!”. Digo cada patetice nas mensagens que lhe envio.

Jamais conseguirão dissecar-lhe a alma, tão cheia de ternura e raivas, tão desejosa de se encontrar, tão à defesa, num mundo que ora crê conquistar, ora odeia e pinta com salpicos de negrura e abandono.

Tenham calma, meus senhores, que esse ser LINDO que mascaram de número e apelido, é o que de mais importante a vida me deu e eu preciso desesperadamente sentir a sua força, para dar algum descanso a estes frágeis argumentos maternos.

E este amor pleno que de pouco serve em caso de revolta…


Amotino meu navio, mais uma vez, silenciosamente, em pensamentos de construção frágil, pintados às três pancadas, balançando ao sabor de desejos agoniados e incertos.


Resta-me aguardar, ansiosa, o seu regresso.


Por fim, mal rendida, em contínuo desassossego, lanço a âncora deste amor forte numa frase detestável: “O que for, será… Estarei aqui, SEMPRE!”



BOA SORTE FILHA!
 
 
Que horrível, prontosurtei...

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Minhas Vogais e Consoantes são Altamente Inflamáveis e Ardidas