29 de maio de 2012

VOCÊ SABE COM QUEM ESTA FALANDO?

 (Ouvindo Ali, o oposto daqui.)

 

#puraironia...


Você sabe com quem está falando? Com certeza você já ouviu essa frase de alguém ou soube que alguém já a utilizou em algum lugar como quando uma pessoa é barrada na porta giratória de um banco, em um acesso controlado e etc. O quê você responderia numa situação destas?
Pra começar, devemos pensar o que seria um ser humano. Um homem ou uma mulher. Aristóteles (Séc. IV) disse que “o homem é um animal racional”. Pascoal (Séc. XVII) disse que “o homem é um caniço pensante”. Fernando Pessoa dizia que homem é um cadáver adiado. Mas o quê a ciência diz? Muito bem, vamos lá!

Pela ciência, nós estamos em um universo que possui, provavelmente pela curvatura do espaço, um formato cilíndrico surgido a 15 bilhões de anos. Até alguns anos, essa era a única teoria existente, mas hoje já não se pensa assim, hoje se acredita que o nosso universo é um dos universos possíveis que existes. Sim! A física quântica, que será dominante entre os físicos futuramente, já não trabalha com a noção de UNIverso, mas com a noção de MULTIverso. Isso pode ser verificado em livros do Marcelo Gleiser, que possui uma linguagem bem acessível para pessoas leigas no assunto como eu. Segundo a teoria inicial, nosso universo surgiu a 15 bilhões de anos quando ocorreu o famoso “Big Bang”. Que diz que toda a matéria e energia estavam concentradas em um único ponto, como uma mola encolhida amarrada a um barbante e que foi solta.

Nosso universo ainda está em um processo de expansão, mas acredita-se que quando chegar ao ápice ele iniciará o seu processo de recolhimento da matéria semelhante ao processo sistólico-diastólico já trabalhado por diversas filosofias orientais e comuns em nosso cotidiano. Mas não se preocupe, porque o processo de recolhimento se inicia daqui uns 12 bilhões de anos.

Portanto, a 15 bilhões de anos, o universo entrou em expansão jogando matéria e energia por todos os lados deixando um rastro de planetas e estrelas em toda a sua extensão. Essas estrelas se agruparam no que chamamos de galáxias. Existem cerca de 200 bilhões de galáxias no universo. Uma dessas galáxias é a nossa via láctea, que possui cerca de 100 bilhões de estrelas e uma delas é o nosso Sol (estrela-anã). Girando ao seu redor, existem oito planetas sem luz própria e a terceira mais próxima a ela é a Terra.

Na Terra há o que chamamos de vida com 3 milhões de espécies já classificadas, entre elas está o ser humano (homo-sapiens). Entre os humanos, existem 7 bilhões de indivíduos no mundo e um deles é você!

Portanto, quem és tu? Tu és um indivíduo entre sete bilhões que compõe uma única espécie entre outros três milhões existentes em um planetinha que gira ao redor de uma estrelinha, que compõe uma galáxia com 100 bilhões de estrelas, que é uma entre 200 bilhões de galáxias em um dos universos possíveis e que irá desaparecer.

Portanto, quem é você para achar que o único modo de fazer as coisas é o seu? Quem sou eu para achar que a única ideia adequada é a minha? Quem somos nós para achar que o único lugar bom é onde nascemos? Quem é você para achar que a única religião correta é a que você pratica?
Quem sou eu? Quem é você?

Por isso, todas as vezes que alguém lhe perguntar com quem você está falando, responda: Você tem um tempo?


*Baseado em um trecho da palestra do professor Mário Cortella.

VIVER SEM TEMPOS MORTOS

Quando ouvi aquela frase da peça, ouvi também um estalo tão alto, que meu pensamento foi até o meu último ano de filosofia, onde meu mestre Mário entregou uma apostila para meu grupo e disse (re)flitam, não compreendi. Hoje, passados cinco anos ENTENDI - Estou vivendo sem TEMPOS MORTOS - amém.

Assistindo a peça, que foi inspirada em cartas e em apontamentos autobiográficos da filósofa Simone Beauvoir, e em cena o único elemento cenográfico é uma cadeira preta, aonde Simone (Fernada Montenegro) senta-se e em primeira pessoa passa a contar seus importantes momentos de sua tragetória em Viver sem Tempos Mortos.





Passava um pouco das 21 horas quando, naquela segunda-feira do dia 28 do mês de maio, Fernanda Montenegro disse as últimas frases do monólogo Viver sem Tempos Mortos. Emocionada, apaixonada, enternecida e agradecida... Aplaudi de pé.


Ela parece contar, enquanto incorpora a filósofa e escritora parisiense, ícone do feminismo e parceira de outro célebre filósofo, o existencialista Jean-Paul Sartre. Na mais despojada produção que estrelou em seis décadas de carreira, Fernanda vira Simone sem lançar mão de elementos que remetam fisicamente à personagem. Não há sotaque, não há trejeitos característicos, não há nem mesmo um figurino afrancesado. Com uma camisa social branca e uma calça preta, a atriz senta-se numa cadeira igualmente preta, único objeto em cena, e permanece lá durante toda a montagem, sob um persistente foco de luz. Narra, então, os principais momentos da intensa trajetória de Simone. Fala sempre na primeira pessoa, usando depoimentos da própria romancista, extraídos de livros e cartas.

Ao terminar a peça, uma pessoa grita: Obrigada, Fernanada! 

Esta pessoa era eu. Esta pessoa éramos TODOS nós.

ADULTÉRIO - A PEÇA


Sei la, não gosto desta palavra. Ela é tão suja. Me fez lembrar de quando postei ali o meu asco por esta palavra carregada de nada.

Mas tudo passa... TUDO PASSARA -, como dizia o poeta. Palavra suja, tem mesmo é que ser lavada. Então lavei.



MAS ---, esta peça de Woody Allen, diz que ele já cometeu adultério ao menos uma vez na vida e a história é das mais conhecidas. Em 1992, Mia Farrow, então a mulher do cineasta, descobriu fotos que ele havia tirado da filha adotiva dela, Soon-Yi, nua. O escândalo foi enorme e a opinião pública ficou do lado de Mia Farrow. Pior para a carreira de Allen, que perdeu bilheteria nos EUA e só agora, depois de Meia-Noite em Paris (2011) --e de 15 anos de casamento com Soon-Yi--, parece voltar às boas com os americanos.
Mas bem antes de tudo isso, a traição entre cônjuges já era tema recorrente nos filmes de Allen. Neles quase sempre há um personagem que pula a cerca, e tanto os adúlteros quanto os amantes parecem exercer grande fascínio sobre o diretor.
O cineasta já abordou a infidelidade de diferentes formas entre o cômico e o dramático. Mostrado com leveza em Alice (1990), o adultério é um mal que vem para o bem à dona-de-casa endinheirada e entediada vivida por Mia Farrow: será um caso extraconjugal (e infeliz) com Joe Mantegna que levará a protagonista a mudar radicalmente de vida e enfim achar seu lugar no mundo.
O mesmo tema pode levar a reflexões mais profundas, como em Crimes e Pecados (1989), em que Martin Landau resolve dar um fim na amante, Anjelica Huston. Há ainda Manhattan (1979), Hannah e Suas Irmãs (1986), Maridos e Esposas (1992), Poderosa Afrodite (1995), Match Point (2005)... Todos esses filmes têm em comum um personagem infiel.
Na mistura de drama e comédia que é Adultérios, a montagem brasileira de Central Park West, de Woody Allen, o adúltero é Jim, um escritor que acabou de ter um roteiro transformado em filme em Hollywood. Numa noite em que aguarda a amante para o encontro que deve pôr um ponto final na relação, ele conhece Fred, um sem-teto louco e inteligente que o acusa de ter roubado suas ideias para o roteiro do filme.
A relação entre os dois começa pouco amistosa, mas conversa vai, conversa vem, aparece enfim a amante (Carol Mariottini), nada dócil, e que acaba dando espaço para que surja um elo entre os dois homens. No ano passado, Fábio Assunção e Norival Rizzo chegaram a se revezar nos papéis de mendigo e escritor entre uma sessão e outra do espetáculo, sugerindo que os dois personagens são basicamente a mesma pessoa --aliás, o final da peça também é por aí (mas calma, isso não chega a ser um spoiler).



Norival Rizzo interpretava o escritor Jim, e Fábio Assunção dava vida ao sem-teto Fred. Embora as duas atuações fossem caprichadas, claro que não é pelo sujeito pacato e certinho, e sim pelo mendigo psicopata e divertido, que a plateia se derrete. Com mania de grandeza e de perseguição, mas sendo o personagem mais honesto da peça, é o homeless quem cativa o público. E Fábio Assunção mandava muito bem nas entonações e gestos de Fred --que diz receber sinais elétricos e instruções vindas do topo do Empire State.

Adultérios
tem como cenário apenas dois banquinhos e estruturas de madeira que representam algum lugar nas margens do rio Hudson, em Nova York --"provavelmente entre as ruas 70 e 80 Oeste", diz o texto de Allen. Embora a história se passe nos EUA e traga algumas referências e nomes que não dizem nada para quem não é de lá, o espectador brasileiro não sai perdendo, já que o que importa mesmo é o que os personagens têm de mais universal, em especial suas fraquezas. E a peça só melhora ao longo dos 60 minutos de duração, com boas piadas e muito da classe que sempre há no trabalho de Allen.



Sinopse extraída do R7.

 


Minhas Vogais e Consoantes são Altamente Inflamáveis e Ardidas