E eu me desliguei daquilo. Sabendo que bastaria pensar que aquilo não era mais meu. Dissocia-lo de todo o resto que tinha como meu. Me desliguei como chocolate que comprei para mim, mas que com a barriga cheia resolvi dar para alguém. E alguém aceita, mas deixa guardado para comer depois. Pois é assim, guardamos chocolates para comer depois. Assim adiamos o doce. E eu me desliguei daquilo para ficar sem sentir nada. Nada de estranho. Coisa pequena, dessas que ocupa pouco espaço na mente e rende várias linhas. Linhas das quais eu já tinha me despedido. Linhas de fumaça que parecem que eu nao vejo. São batidas no teclado que imploram que a chuva volte. E eu continuo a repetir palavras, principalmente agora que elas são poucas. Palavras que me faltam. Vocês me fazem falta. E lá fora chove como nunca choveu antes. Pelo menos eu não vi. As pessoas correm, os carros alagam e eu me desliguei do chocolate que está na geladeira. Deve ser por que ele está na geladeira! Não gosto de chocolates na geladeira... Bem, me desliguei como quem se desliga de uma pessoa. Foi nesse tom. Sem música. Assim, frases pequenas que eu tenho.
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Éramos Três...
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AGORA SOMOS DUAS...
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Mas não perdemos nada, houve somente Movimento...
E isso não é ruim.
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